Poucas palavras estão tão ligadas á adolescência como rebeldia, mais será que sempre foi assim?
O rock and roll é ídolos rebeldes do cinema, como James Dean e Marlon Brando, e da musica, como Elvis Presley, mudam a forma como os jovens veem o mundo e se relacionam com os adultos. Os adolescentes dessa época ficam conhecidos como “rebeldes sem causa”, já que suas famílias não sofrem com problemas financeiros, e portando, na visão de muitos pais, os filhos não tinham do que reclamar.
O questionamento da juventude continua e leva a uma verdadeira revolução de costumes. Em 1968, as manifestações do movimento do Vietnã atingem seu auge e viram símbolo mundial da rebeldia. Cabelos compridos, minissaias, protestos políticos, sonhos de mudar o mundo e o slogan de paz e amor são marcas dos jovens desse tempo.
Esse período ficou conhecido no Brasil como os “anos de chumbo” por causa da censura e da falta de liberdade que havia no país. Os adolescentes continuam a questionar as regras de casa, da escola e da sociedade. A música também reflete as preocupações sociais e os conflitos dos jovens. Surge o movimento punk na Inglaterra e, no Brasil, Raul Seixas canta: “Eu calço 37” / Meu pai me dá 36/ (...) /Pai já to indo m’ embora/ Quero partir sem brigar / Pois eu já escolhi meu sapato / Que não vai mais me apertar.
Comparado aos jovens da década anterior, os desse período são visto muitas vezes como alienados e individualistas, mais preocupados em consumir e ostentar do que em transformar a sociedade. O que mais importa são seus conflitos pessoais. O rock brasileiro, com bandas como PARALAMAS DO SUCESSO, LEGIÃO URBANA E TITÃS, vive um verdadeiro bom. Algumas letras, como “ideologia”, de Cazuza, retratam bem esse momento:
“... aquele garoto que ia / Mudar o mundo / agora assiste a tudo / de cima do muro”.
Um fato que marca esse período é a maior participação dos adolescentes brasileiros em atos políticos: surge o movimento das “caras-pintadas” (1992) pela derrubada do presidente corrupto, com grande adesão de jovens estudantes, alguns movidos pela convicção politica, outros atraídos apenas pelo caráter festivo do evento.
A rebeldia e o questionamento juvenis ganham força no rap e no hip-hop. Em sua musica “tempos difíceis”, os Racionais MC’s, grupo de rappers que se torna popular, anunciam:
“Eu vou dizer por que o mundo é assim”.
Poderia ser melhor, mas ele é tão ruim.
Tempos difíceis, esta “difícil viver”.
O pouco tempo de convívio entre os membros da família (e mesmo assim quase sempre conturbado) é uma das marcas de nossa época. Pais e filhos tentam encontrar o equilíbrio no seu relacionamento. Limite é a palavra da moda entre os adultos: até onde controlar os jovens ou dar-lhes liberdade?
Os adolescentes, por sua vez, continuam questionando o mundo, brigando por suas ideias, seu espaço e sua liberdade, como seus pais e avós fizeram, ainda que de formas diferentes.
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